terça-feira, 31 de março de 2009

Vídeos amadores na TV de alta definição. Como assim?


Desde o ano passado que o “Domingão do Faustão” vinha anunciando que iria abrir espaço para talentos anônimos de todo o Brasil. Então, não foi surpresa quando, anteontem, o apresentador chamou o quadro “Garagem do Faustão”. No palco estavam Ronaldo Fenômeno e Marcelo D2. Eles deveriam avaliar cantores cujos clipes tinham sido enviados via internet. O que veio em seguida foi de assustar.


Em plena época da alta definição, quando os realizadores da televisão tentam dar força à ideia de que imagem é tudo, a Globo pôs no ar cenas dignas da era da TV pré-chuvisco. Eram vídeos sem sincronia entre imagem e som e com cores estranhas. A impressão que dava era a de se estar assistindo à CNT, famosa por suas transmissões meio esverdeadas. Por que o “Domingão” não realiza uma pré-seleção dos vídeos enviados por internet e produz os clipes com a ajuda das afiliadas que existem no país todo?

Talvez esteja na hora de a televisão fazer uma grande reflexão sobre quando exibir material amador. Não que não se possa veicular conteúdo caseiro — e a interatividade é bem-vinda, é preciso ressalvar. Mas, para isso, é preciso uma razão maior. Por exemplo, o “Bola cheia” do “Fantástico” não pode prescindir da testemunha amadora que registrou a cena em campo. Ali, sim, o material enviado pelo telespectador ganha um sentido jornalístico e se justifica. Já o “Você no ‘Fantástico’” merece ser questionado. O resultado plástico é sofrível. Em vez de dar a impressão de que imagem é tudo, a gente fica achando que voltou a época em que a televisão não era nem a cores.

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